Total de mortes em operação na Ladeira dos Tabajaras equivale a 4 anos de homicídios em confrontos com a polícia em Copacabana

Publicado em 16/04/2025 10:45

Uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, realizada na manhã desta terça-feira (15), resultou em cinco mortes na comunidade da Ladeira dos Tabajaras, localizada entre os bairros de Copacabana e Botafogo, na Zona Sul do Rio. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), o número de vítimas em um único dia equivale ao total de mortes em confrontos com a polícia registrados nos últimos quatro anos na área do 19º BPM, que cobre Copacabana e o Leme. De acordo com o ISP, não havia registros de mortes decorrentes de ações policiais na chamada Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) 19 desde abril de 2023. No ano passado, não foi contabilizado nenhum óbito do tipo. Já no primeiro bimestre de 2024, também não houve mortes em confrontos naquela região. A ação desta terça-feira foi deflagrada com o objetivo de cumprir mandados de prisão contra os suspeitos de envolvimento na morte do policial civil João Pedro Marquini, marido da juíza Tula Corrêa de Melo, assassinado no último dia 30 na Serra da Grota Funda, na Zona Oeste. Moradores relataram momentos de tensão. Durante o tiroteio, que começou no início da manhã, veículos circularam na contramão na Rua Real Grandeza, em Botafogo. A Rua Pinheiro Guimarães precisou ser interditada. “Foi assustador. Quando ouvi os tiros, pensei que fossem fogos. Mas quando vi o helicóptero da polícia no céu, entendi que era coisa séria”, relatou uma moradora nas redes sociais. A série histórica do ISP, iniciada em 2003, mostra que o ano com maior número de mortes em ações policiais na área foi 2008, com 17 registros. A média anual, entre 2003 e 2024, é de cinco mortes. Em todo o estado do Rio, os números também são preocupantes. Somente nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, 147 pessoas morreram em confrontos com forças de segurança, um aumento de 27% em relação ao mesmo período do ano passado. A Polícia Civil ainda não divulgou as identidades dos mortos na ação. A investigação sobre o assassinato do agente Marquini segue em andamento. Com informações doExtra.

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