Policial civil da Core foi morto ao se deparar com comboio que bandidos que voltava de ataque em comunidade rival, aponta investigação

Publicado em 15/04/2025 20:00

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A Polícia Civil fez uma operação na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, para prender os responsáveis pela morte do policial civil João Pedro Marquini. Ele foi morto no dia 30 de março, quando voltava de Campo Grande, na Zona Oeste, com a juíza Tula Mello. O chefe do tráfico de drogas da Ladeira dos Tabajaras, conhecido como "Cheio de Ódio", é um dos cinco mortos durante a operação. O traficante conhecido como Cheio de Ódio,que foi morto em operação da Polícia Civil na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, era dono do carro usado noataque ao policial civil João Pedro Marquini e a esposa, a juíza Tula Mello, como aponta a investigação da polícia. A informação foi revelada em uma coletiva de imprensa na tarde desta terça (15). O policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite daPolícia Civil, foi morto ao se deparar com um comboio de criminosos que voltava de um ataque à comunidade do Antares, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. Vinicius Kleber di Carlantonio Martins era dono do carro usado no ataque e queria assaltar os veículos de Marquini e Tula para não chamar atenção da polícia no trajeto, já que o dele estava com marcas de tiros provenientes do confronto com milicianos em Santa Cruz. O veículo foi apreendido na comunidade Cesar Maia, em Vargem Grande, horas após o policial ser fuzilado pelos bandidos. O carro estava com uma placa clonada. Segundo a polícia, foi ordem do criminoso Ronaldinho Tabajara, que controla todo o tráfico do morro, para que Cheio de Ódio fosse até o Antares e atacasse a milícia local. “O grupo que praticou esse homicídio sai do Tabajaras para dar um ataque em Antares. Na volta, no intuito de trocar de veículos, tendo em vista que o carro deles estava alvejado, eles tentam roubar os carros onde estavam a Tula e o Marquini”, explicou o delegado Rômulo Coelho, titular da Delegacia de Homicídios da Capital. Vinicius era apontado ainda como chefe do tráfico de drogas da Ladeira dos Tabajaras e tinha 30 anotações criminais. Ele é um doscinco mortosda operação. Outros três homens foram presos, masos dois alvos da ação continuam foragidos. O delegado chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, Alexandre Herdy, ressaltou quea investigação sobre os autores do crime vai continuar: “Foi possível associar os dois investigados com o morro dos Tabajaras, definir o percurso realizado pelos criminosos que atacaram o nosso policial. Não foram só os dois. A operação possibilitou elementos que vão resultar no prosseguimento das investigações”, pontuou. De acordo com o delegado, Cheio de Ódio estava envolvido com a disputa por território com criminosos rivais na comunidade do Antares, em Santa Cruz, na Zona Oeste, mas estava escondido em Copacabana. LEIA TAMBÉM: 'Falcãozinho', filho de policial da Core morto em assalto, comemora aniversário com colegas de farda do pai A Ladeira do Tabajaras O Tabajaras é uma favela que ocupa o morro que divide Botafogo de Copacabana, e seus acessos são por vias movimentadas desses bairros. Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e da Core fizeram um cerco no Tabajaras e avançavam com o auxílio de um helicóptero. Traficantes reagiram a tiros. Vídeos nas redes sociais mostram um helicóptero da Polícia Civil dando rasante em cima do Cemitério São João Batista e agentes da Core em diversas vias que dão acesso à comunidade. A morte do policial da Core Na noite de 30 de março, Marquini e Tula voltavam de Campo Grande, na Zona Oeste, em carros separados — horas antes, o policial civil tinha ido de carona com a mulher no Outlander dela pegar o Sandero dele, que estava em uma oficina para conserto. Ao ver o trânsito parado no Túnel da Grota Funda, o casal decidiu seguir pela serra. Marquini vinha à frente, no Sandero, e Tula o seguia. Em uma das curvas, bandidos que fechavam a pista abordaram o Outlander de Tula. Ao perceber a ação dos criminosos, Marquini chegou a ligar para um amigo e deixou o celular no viva-voz. A juíza deu ré, mas os bandidos começaram a atirar. O agente saiu do carro armado, mas não deu qualquer disparo — foi atingido por cinco tiros de fuzil. O carro da juíza foi atingido por três tiros, mas, como é blindado, Tula não se feriu.

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