Polícia Federal mira fraudes no BPC para venezuelanos em Roraima e em cadastro de mortos no Maranhão

Publicado em 24/04/2025 15:00

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira duas operações simultâneas para combater esquemas de fraudes na concessão de benefícios sociais em diferentes regiões do país. As ações ocorrem em Roraima e no Maranhão, e envolvem desde escritórios de advocacia até servidores públicos suspeitos de manipular o Cadastro Único do governo federal para obter vantagens ilícitas. Em Roraima, a Operação Cessatio apura o uso indevido do Benefício Assistencial à Pessoa Idosa (BPC-Loas) por imigrantes venezuelanos. De acordo com a investigação, o esquema fraudulento envolvia agenciadores que atuavam ainda em território venezuelano, aliciando idosos para ingressar no Brasil e se registrar como beneficiários do BPC de forma irregular. Documentos e cadastros falsificados eram utilizados para simular residência em território nacional. Após a liberação do benefício, muitos retornavam à Venezuela, mas seguiam recebendo os pagamentos indevidos. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, envolvendo oito pessoas investigadas, entre elas sete escritórios de advocacia. A Justiça determinou o bloqueio de bens e valores dos suspeitos, totalizando aproximadamente R$ 16 milhões. Entre os alvos da operação está um delegado aposentado da Polícia Civil, apontado como responsável por facilitar a concessão de centenas de benefícios irregulares. “As investigações indicam a existência de grupos criminosos, organizados ou autônomos, que se especializaram em fraudar o sistema de concessão do BPC. A prática gerou prejuízos milionários aos cofres públicos”, afirmou a Polícia Federal em nota. No Maranhão, a operação intitulada Mortos Vivos investiga a inserção fraudulenta de dados no Cadastro Único (CadÚnico) para viabilizar o recebimento indevido de benefícios sociais como Auxílio Brasil, Bolsa Família e Auxílio Gás. Os investigadores descobriram que servidores públicos de São Luís e São José de Ribamar cadastraram pessoas que já haviam falecido — muitas delas residentes no Pará — para receber valores dos programas assistenciais. “Foram inseridos no sistema registros de indivíduos já falecidos à época do cadastramento, o que possibilitou o pagamento contínuo de benefícios a essas inscrições fictícias. As fraudes foram praticadas por servidores públicos que manipulavam diretamente os sistemas federais de assistência social”, informou a Polícia Federal. A operação cumpre cinco mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e três medidas de afastamento de funções públicas. Os prejuízos aos cofres públicos ainda estão sendo calculados. Com informações deO GLOBO.

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