Piranhas ajudam no monitoramento ambiental dos rios amazônicos

Publicado em 26/03/2025 16:51

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Uma pesquisa recente desvendou a importância do estudo das piranhas para identificação da vida microscópica dos rios amazônicos. A análise da composição dos micróbios do intestino desses peixes carnívoros e extremamente vorazes abriu a possibilidade de análise. Essa é uma das conclusões de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, a Faperj. De acordo com o estudo, as piranhas, ao se movimentarem livremente e comerem em diferentes partes do rio, acabam transportando informações sobre os microrganismos. Usando técnica avançada da computação para analisar uma grande quantidade de dados foi possível fazer a análise de genes.  A equipe comparou amostras de água do Rio São Benedito, na bacia amazônica, com outras coletadas no intestino das piranhas que habitam essa região. Os resultados mostraram que, apesar de a diversidade de microrganismos ser menor nas amostras de intestino, o perfil funcional dos micróbios é muito semelhante ao da água.  Além disso, o intestino revelou a presença de algumas espécies que não foram detectadas na água, mas que têm um papel importante neste ambiente. Sheila da Silva, primeira autora do estudo, resume a importância do método desenvolvido. “Este método pode ser muito útil tanto para monitoramento ambiental quanto para aquicultura. No monitoramento ambiental, o microbioma da piranha pode servir como um indicador da qualidade da água, ajudando a detectar mudanças na biodiversidade microbiana do rio de forma mais eficiente. Já na aquicultura, analisar o microbioma do peixe pode favorecer o conhecimento dos microorganismos que auxiliam no desenvolvimento dos peixes”. O estudo também identificou a presença de bactérias com grande potencial biotecnológico. Entre as propriedades encontradas estão utilização em tratamentos de saúde intestinal e substâncias capazes de combater bactérias resistentes a antibióticos ministrados em humanos.

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