PF deflagra Operação Teatro Invisível 2 e mira contratos fraudulentos que pagaram atores; prefeito de Cabo Frio é alvo

Publicado em 16/04/2025 10:45

A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quarta-feira (16) aOperação Teatro Invisível 2, sobreuma rede de desinformação que atuava nas ruas do RJem períodos eleitorais. Segundo as investigações, osatores contratados para encenar diálogosem locais de grande circulação a fim de influenciar o eleitorado foram pagos com o dinheiro de contratos de serviços inexistentes. Agentes saíram para cumprir 10 mandados de busca e apreensão. O prefeito de Cabo Frio,Dr. Serginho(PL), é um dos alvos. A Justiça ainda determinou o bloqueio nas contas dos investigados de valores que somam cerca deR$ 3,5 bilhõese a suspensão das atividades econômicas de 8 empresas. Também têm mandados de busca 2 candidatos a prefeito derrotados em 2024: o deputado estadualValdecy da Saúde(PL), que concorreu em São João de Meriti, eAarão(PP), postulante em Mangaratiba. Rubão (Podemos), que A PF descobriu, a partir das investigações da 1ª fase, Relembre a 1ª fase Em 12 de setembro do ano passado,a PF prendeu 4 pessoas. Com registros de atuação em pelo menos13 cidades do estado, a quadrilhacontratava atores para fazer um teatro de rua, com a intenção de influenciar o voto, sempre desmoralizando determinados candidatos. Segundo a PF, os envolvidos criavam peças improvisadas de teatro político, com roteiros cuidadosamente pensados para parecerem espontâneos. Esses atores simulavam diálogos entre eleitores, brigas em comícios, denúncias falsas de corrupção e cenas de suposta violência ou vandalismo atribuídas a apoiadores de determinados políticos. Tudo era gravado com celulares ou câmeras disfarçadas e depois disseminado de forma coordenada nas redes sociais — muitas vezes com legendas e montagens que reforçavam a falsidade. O Fantástico trouxe detalhes do esquema, com depoimentos de atores que participaram das encenações. Um deles relatou ter recebido R$ 250 por dia para “atuar como eleitor indignado” em feiras livres e terminais de transporte. Outros admitiram que os roteiros muitas vezes envolviam temas sensíveis, como segurança pública, corrupção e questões raciais, o que aumentava o potencial de viralização nas redes. Para especialistas em direito eleitoral e combate à desinformação, o caso da Operação Teatro Invisível representou uma nova fronteira no uso de fake news no Brasil, fundindo o mundo digital e o físico com o objetivo de manipular a percepção do eleitorado de forma teatralizada e difícil de rastrear.

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