Rio - O motorista Everton Oliveira Lessa da Costa, suspeito deatropelar e matar o corredor Lucas Celestino, 27 anos, na BR-101, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, alegou ter cochilado no volante. Segundo o delegado Mário Lamblet, responsável pela investigação, o condutor disse acreditar ter colidido em uma mureta, sem saber que havia atropelado uma pessoa. Com as novas informações do caso, a viúva da vítima, Maria Eduarda Celestino, contou aoDIAque confia no trabalho da polícia e acima de tudo na justiça de Deus."Hoje o meu pedido é para que Deus purifique o meu coração de todo sentimento ruim, pois não foi isso que o meu Lucas plantou em mim e nem iria querer que eu alimentasse. Nada trará o meu amor de volta, mas só de saber o que aconteceu e quem fez se responsabilizar pelo o que fez, já me trás um sentimento de que a história dele não foi ignorada", disse.De acordo a Delegacia de Homicídios de São Gonçalo, Niterói e Itaboraí (DHSG), câmeras de monitoramento da rodovia e depoimentos de testemunhas foram fundamentais para aidentificação do motorista.Everton dirigia uma van, que teve o para-brisa trocado e outros reparos feitos logo após o acidente. O veículo foi apreendido.A Polícia Civil pediu a prisão dele pelos crimes de homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco de matar — e fraude processual, por tentar alterar provas e omitir informações relevantes à investigação. Até o momento, o pedido ainda não foi aceito pela Justiça e o motorista aguarda em liberdade. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Everton. O espaço está aberto para eventuais manifestações.Relembre o caso Lucas Celestino saiu para correr às 5h30 do dia 8 de abril,como fazia todos os dias há sete meses, no trajeto entre o bairro Mutuapira e a rodovia BR-101. Ele não retornou para casa no horário habitual, às 6h30. Seu corpo foi encontrado apenas no dia seguinte, em uma área de mata às margens da rodovia. Segundo relatos de amigos que localizaram o corpo, Lucas não apresentava sinais de ferimentos por arma branca ou arma de fogo, mas parecia ter a perna quebrada. O laudo da perícia confirmou que a causa da morte foi atropelamento, com múltiplas fraturas pelo corpo. Desde então, a Polícia Civil intensificou as buscas pelo autor do crime. O Disque Denúncia chegou a divulgar um cartaz pedindo informações que ajudassem a esclarecer o caso.