Rio – Parentes de João Henrique Faria Lopes, adolescente de 17 anos quemorreu ao ser atingido por uma árvoredurante otemporal na noite de quinta-feira (10), na Taquara, Zona Oeste, estiveram no Instituto Médico Legal (IML) na manhã deste sábado (12) para o reconhecimento do corpo. Rafael Silva Lopes, pai do garoto, era um dos mais emocionados. Ao lembrar do filho do meio de um total de cinco irmãos, Rafael citou o sonho do garoto de ter um quarto próprio e fez uma promessa: “Ele queria construir um quarto na nossa casa, que está em obra. Queria um espacinho para ele, com uma cama, para ficar no celular, com a televisãozinha dele... Em nome de Jesus, Deus vai me dar força para continuar no propósito de construir esse quarto”. Sobre o incidente, o pai contou que João estava com amigos quando teve início a forte chuva. Após a queda da árvore, na Estrada Meringuava, uma menina chegou a ficar presa, teve uma perna quebrada, mas conseguiu ser resgatada. Em meio à correria, como o adolescente não foi visto, os colegas pensaram que ele escapara. João, porém, também havia ficado preso e apenas na sexta (11) foi localizado, já sem vida: “Minha esposa até trabalha perto, passou pelo local, o corpo estava lá, mas não tinha como saber. Só depois meu cunhado foi lá e viu o corpo. E pelo fone, pela cabeça, reconheceu que era ele”, descreveu o pai do adolescente. Ele comentou o impacto da perda precoce na família: “Temos que procurar força em Deus, porque minha esposa está muito abalada. Não conseguiu nem vir aqui, não está se alimentando direito. Meu filho mais novo está sofrendo... Na verdade, todos estão sofrendo muito. Só podemos nos agarrar em Jesus agora”. Esperança de um futuro melhor Estudante do primeiro ano do Ensino Médio, João Henrique tinha um plano paralelo aos estudos: se tornar jogador profissional de futebol. E o objetivo era alcançar um sonho bem maior do que ter um quarto próprio. Com a família de origem humilde, morando na comunidade do Jordão, na Taquara, o menino costumava compartilhar o desejo de dar um futuro melhor para pais e irmãos. “Ele olhava para nossa condição e dizia: 'Pai, eu vou estudar, vou trabalhar, jogar bola... E se Deus me abençoar, vou trazer uma melhoria para nós’. O João era muito querido na nossa comunidade, todos gostavam dele. Tenho só a agradecer a Deus por ele”, concluiu o pai. Segundo Rafael, o corpo de João será liberado somente nesse domingo (13), e só então a família começará a providenciar o velório e o sepultamento. * Colaborou Reginaldo Pimenta