Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, firmou um acordo com a milícia de André Costa Bastos, conhecido como Boto, e com Edgar Alves de Andrade, o Doca, líder do Comando Vermelho, para controlar territórios na Zona Oeste. O objetivo era consolidar o domínio da região de forma coordenada, evitando confrontos diretos e prevendo até mesmo ações armadas conjuntas. As informações foram divulgadas durante coletiva nesta quinta-feira (8), na Cidade da Polícia, Zona Norte. As investigações tiveram início no dia 26 de fevereiro, com a prisão em flagrante de 8 traficantes armados na Vila Sapê, em Curicica, Zona Oeste. Os homens contaram terem sido enviados da Vila Vintém por Celsinho para tomar o controle da localidade. Essa ocupação ocorreu sem resistência, o que chamou a atenção da inteligência da instituição e revelou a aliança entre milícia e tráfico Uma das ações do grupo foi a execução do miliciano Fábio Taca Bala, morto por traficantes do CV a mando do alto comando, por se opor à entrada da ADA em Curicica. A Polícia Civil concluiu que Celsinho, Doca e Boto integravam uma associação criminosa voltada à exploração do tráfico de drogas em pontos estratégicos da cidade. O grupo utilizava armamento pesado, recorria à intimidação de moradores, promovia assassinatos e estabelecia divisões territoriais previamente acordadas. A prisão de Celsinho foi conduzida por agentes da 32ª DP (Taquara), da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), como parte da Operação Contenção. Que é Celsinho? Celso Luís Rodrigues, conhecido como Celsinho da Vila Vintém,é considerado um dos nomes mais antigos e influentes do tráfico de drogas na cidade, com longa atuação em comunidades da Zona Oeste. Durante uma passagem pelo sistema prisional na década de 1990, Celsinho fundou a facção Amigos dos Amigos (ADA), em oposição ao Comando Vermelho, com quem passou a disputar o controle de territórios armados. Em 1998, ele escapou da prisão disfarçado de policial militar e permaneceu foragido por quatro anos. Foi recapturado em 2002 e passou duas décadas preso, até ser solto em 2022. A defesa dele alegava que as penas já haviam sido cumpridas e que não havia provas de seu envolvimento em ações recentes do tráfico. Após a saída da prisão, Celsinho passou a atuar como empresário no ramo de carnes suínas e se aproximou da Unidos de Padre Miguel (UPM), escola de samba da Vila Vintém.