Rio - Passageiros dos trens tiraram alguns minutos da rotina para se proteger contra o sarampo, nesta quinta-feira (27), em mais um dia de campanha na Central do Brasil. Desde segunda-feira (24), amobilização da Secretaria Municipal de Saúde de combate à doençaleva a vacina para locais de grande circulação de público, para facilitar o acesso da população à imunização. fotogaleria Moradora de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e trabalhando no bairro do Flamengo, na Zona Sul do Rio, a diarista Rosângela Alves, de 53 anos, aprovou a iniciativa, já que quando deixa sua casa pela manhã, os postos de saúde ainda não estão abertos, mas ao retornar, estão fechados. Para ela, a medida também é uma forma de conscientizar sobre a importância da vacinação. "Eu passo todo dia pela Central e ontem vi que teria essa vacinação. Eu não tenho tempo de ir ao posto, então vi como uma oportunidade de me proteger, ainda mais que algumas pessoas já estão começando a ter sarampo em São João de Meriti. Eu me protegendo, vou protegendo outras pessoas, também, minha família, colegas de trabalho. A proteção é muito importante, todo mundo tinha que ter essa consciência de ver, parar e tomar a vacina. Só faz bem, é de graça e é rápido, cinco minutinhos", afirmou a diarista.O funcionário público Everaldo Sampaio, 42, que também aproveitou a campanha na Central do Brasil, contou que sempre tenta se manter em dia com a imunização, mas a jornada entre sua casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e o emprego, no Centro do Rio, dificultam o acesso à vacina. Ele disse que não foi vacinado contro o sarampo e, mesmo que nunca tenha contraído a doença, decidiu se prevenir. "Eu passei, vi a campanha e me inspirou a me vacinar, tomei a decisão de fazer logo, me prevenir. Como a gente que trabalha tem pouco tempo, já aproveita que ali é caminho e facilita muito. E foi muito rápido, fiquei muito impressionado com o atendimento, gostei muito, foi muito bom. No ano passado, eu já tinha tomado a vacina contra a influenza, também na Central". Já a diarista Edlaine Lopes Galizio, de 50 anos, que veio de trem da cidade de Queimados, na Baixada Fluminese, relatou que estava atrasada para o trabalho, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio, mas decidiu tirar alguns minutos para se proteger, porque não sabia quando teria outra oportunidade, por conta da rotina e da distância de sua casa para o posto de saúde. "Eu estava até atrasada, mas quando vi a tenda da vacinação falei: 'vou chegar atrasada, mas vou me proteger'. Às vezes eu trabalho quatro dias na semana e acabo deixando de lado, porque o posto é distante da minha casa. E foi bem rapidinho, nem me atrasei tanto assim. Vou até avisar ao meu marido, para ele se vacinar na Central, também", disse a passageira, que por ter comorbidades como hipertensão e diabetes, teme contrair a doença. "Eu falei: 'não posso ficar doente, deixa eu me vacinar logo'". A aplicação, nesta quinta, foi até as 16h, na antiga bilheteria da estação. Os interessados também podem procurar pontos da campanha no Terminal Gentileza e no Aeroporto Santos Dumont, até a sexta-feira (28). O objetivo da mobilização é garantir o esquema vacinal para adultos de 18 a 59 anos que não estejam imunizados, ou para os que fazem parte da faixa etária de até 29 anos que tenham recebido apenas uma dose, de modo a completar o esquema vacinal com a segunda dose.O imunizante também está disponível para crianças e adultos em todas as 239 unidades de Atenção Primária do município (Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde), além do Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, que funciona todos os dias, das 8h às 22h; e o Super Centro Carioca de Vacinação de Campo Grande, localizado no ParkShopping, que também funciona todos os dias, de acordo com o horário de funcionamento do centro comercial. Casos no Grande Rio Na última semana, adoença foi diagnosticada em duas crianças da mesma família, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Elas foram atendidas no dia 2 de março em uma unidade de pronto atendimento do município e depois transferidas para um hospital da rede federal. No entanto, ambas já receberam alta médica e passam bem. Em 27 de fevereiro, a Secretaria de Estado de Saúde já havia confirmado um caso isolado de sarampo, em Itaboraí, na Região Metropolitana. O caso, notificado como suspeito em outubro de 2024, era de uma criança de 6 anos, que também já se recuperou. A origem da infecção não pôde ser identificada. De acordo com os técnicos da vigilância estadual, o diagnósticos de Itaboraí e os mais recentes não têm relação. O sarampo é uma doença febril aguda, altamente transmissível, que pode acometer pessoas em qualquer faixa etária. A transmissão ocorre diretamente por contato direto pessoa a pessoa, por meio de gotículas de secreções expelidas ao falar, tossir ou espirrar. O contágio também acontece por dispersão de gotículas com partículas virais no ar, em ambientes fechados como, por exemplo, escolas, creches e clínicas. Em 2025, até o momento, o município do Rio não registrou nenhum caso da doença. *Colaborou Reginaldo Pimenta