Bruno Henrique faltou a depoimento na PF em que é investigado por fraude em aposta esportiva

Publicado em 17/04/2025 19:00

O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, deixou de comparecer a um depoimento agendado pela Polícia Federal (PF) no dia 1º de abril, no inquérito que investiga um suposto esquema de manipulação de apostas esportivas. A apuração, revelada peloMetrópoles, envolve a suspeita de que o jogador teria recebido um cartão amarelo de forma intencional em partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023. O depoimento, marcado para as 15h na sede da PF, seria a última oitiva antes da conclusão da primeira fase do inquérito. Bruno Henrique, no entanto, optou por não comparecer, direito previsto para qualquer investigado. A defesa do atleta informou que ele prestaria esclarecimentos por escrito — o que, até o momento, não foi feito — e solicitou que não fosse marcada uma nova data para o interrogatório. Os advogados ainda entregaram uma planilha com os compromissos do atacante, alegando conflito com atividades no centro de treinamento e no departamento médico do Flamengo. Na manhã seguinte ao depoimento, a equipe viajou à Venezuela para a estreia na Copa Libertadores. Apesar da ausência, a investigação segue avançando. Mensagens extraídas do celular do irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, indicam que Bruno Henrique pode ter participado de um esquema de aposta envolvendo sua advertência com cartão amarelo. Os dois já foram formalmente indiciados por estelionato e fraude em competição esportiva. Aposta de R$ 3 mil para ganhar R$ 12 mil Em um dos diálogos, Wander afirma ter apostado R$ 3 mil para ganhar R$ 12 mil com base em uma “ideia do cartão” e diz que o valor foi bloqueado pela casa de apostas. “No dia que você me deu ideia do cartão, eu apostei 3 mil pra ganhar 12 mil. Só que até hoje eles não pagaram”, escreveu. Bruno respondeu de forma evasiva, mas depois teria enviado uma transferência bancária ao irmão. As casas de apostas Betano, GaleraBet e KTO confirmaram à PF que mais de 95% das apostas feitas no confronto entre Flamengo e Santos se concentraram em uma punição a Bruno Henrique. Uma das plataformas, inclusive, bloqueou a aposta feita por Wander, alegando atividade suspeita. Já a plataforma Blaze se recusou a compartilhar informações completas, alegando respaldo no Marco Civil da Internet e na Lei de Lavagem de Dinheiro, o que foi contestado pelos investigadores. Com a conclusão da primeira fase do inquérito, os autos foram enviados ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que deve apresentar denúncia formal até o fim de abril. Promotores do Gaeco já adiantaram que os crimes atribuídos ao jogador não permitem acordo de não persecução penal. Paralelamente, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) solicitou acesso às provas para analisar a possível abertura de um processo disciplinar contra Bruno Henrique na esfera esportiva. LEIA MAIS

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