Um dos principais meios de contra-insurgência encontra-se nas operações psicológicas. ODepartamento de Defesa dos Estados Unidos classifica "Guerra Irregular" como algo neste sentido: "Guerra irregular consiste em uma dispusta assímetrica entre um ou mais grupos armados não estatais e um Estado (Conceito Vestfaliano) pela legitimidade e controle de uma determinada população". Diante desta definição podemos compreender que uma das principais frentes de combate nas ações indiretas consiste em realizar operações psicológicas. Neste caminho estreito e tortuoso, complexo e repleto de espinhos e novidades é importante ficar atento com o limite entre PSYOPS e terrorismo. Embora pareça contra intuitivo, ao discorrer mais sobre isso você vai conseguir compreender esta linha de pensamento. 📌As PSYOPS podem acabar "cruzando" a linha entre o que é psyops e o que é terrorismo; Diante desta ideiam vamos definir de forma "grosseira" e simplificada o conceito de terrorismo. Terrorismo é uma forma de usar o medo como formar de subjugar o oponente a fazer a vontade de quem executa o ataque. Normalmente, estes ataques são feitos em conjunto de uma ampla disseminação, para que possa atingir o máximo de pessoas possíveis. Na maioria das vezes, o objetivo tem cárater ideológico ou político. Diante desta definição simples, podemos observar que, um dos principais indicadores chaves de sucesso destas organizações terroristas é a ampla divulgação/publicidade de suas ações. Fazendo o gancho de ideias entre o conceito de terrorismo/uso da mídia e operações psicológicas, podemos observar uma estreita "convergência" entrs estes termos e conceitos práticos. Em alguns casos, explorar a "morte" do inimigo de maneira pública e ampla, viralizando o conteúdo, não seria também, de certa maneira uma forma de "ultrapassar" o ideal de operações psicológicas e acabar cruzando a linha daquela ideia de "Ao combater um monstro, tome cuidado para não acabar agindo como o monstro" ou aquela: "Quando você encara o abismo, o abismo te encara de volta." 📌 De acordo com o relatório da COT/Leiden University sobre a limitação do impacto do terrorismo, os esforços de contraterrorismo podem, sem querer, reforçar os mecanismos negativos de enfrentamento ao mobilizar o público em torno de imagens de medo, ampliando retoricamente o espectro do terrorismo para acabar com a ameaça e projetar uma situação de guerra na sociedade. É muito díficil combater na lama sem se sujar... É muito complicado "ser limpo" enquanto combate em um jogo sujo. A ideia não é criticar a atuação, mas alertar sobre a reflexão de até quando é vantajoso e estratégico "cruzar" a linha e de certa maneira, usar o "medo" como arma de operação psicológica? 📌Certamente, casos de uso de PSYOPS através da disseminação de medo contra um público direcionado - como por exemplo, grupos insurgentes, inimigos estrangeiros ou até mesmo contra alvos políticos - é um uso estratégico e legítimo. 📌"É humano ansiar por vingança/combater o inimigo, mas precisamos lutar contra isso, nao se torne aquilo que você odeia." Ben Ferencz