Como o Estado Criou um Monstro Incontrolável?

Publicado em 07/04/2025 15:38

O Frankenstein Brasileiro O crime organizado no Brasil não surgiu do nada. Ele foi, em grande parte, criado, alimentado e tolerado por décadas de políticas públicas falhas, conivência estatal e corrupção sistêmica. O que começou como grupos marginais em prisões transformou-se em organizações transnacionais com poder para desafiar governos, ditar políticas e controlar territórios. Hoje, as facções criminosas não são mais meros problemas de segurança pública – elas são atores políticos, capazes de influenciar eleições, paralisar cidades e até mesmo negociar com o Estado em pé de igualdade. Como chegamos a esse ponto? 1. A Origem do Problema: O Estado como Incubadora do Crime Organizado A. O Nascimento das Facções nas Prisões Anos 1980-1990: O Comando Vermelho (CV) surgiu no presídio da Ilha Grande (RJ) como uma reação à violência carcerária, mas logo se tornou uma organização criminosa estruturada. Falta de Política Penitenciária: O Estado falhou em separar presos comuns de líderes criminosos, permitindo que facções se organizassem e recrutassem dentro das prisões. PCC (1993): Criado no sistema prisional de São Paulo, tornou-se uma das organizações criminosas mais poderosas do mundo, com ramificações internacionais. B. Políticas de Segurança Pública Falhas Guerra às Drogas Mal Executada: Ao invés de combater o narcotráfico de forma inteligente, o Estado optou por operações espetaculosas que aumentaram a violência sem enfraquecer as facções. Rotatividade Policial e Corrupção: Muitos agentes públicos foram cooptados ou intimidados, criando uma rede de proteção para o crime. 2. A Conivência do Estado e a Política como Combustível do Crime A. Uso das Favelas como Currais Eleitorais Politicagem e Tráfico: Diversos políticos fizeram acordos tácitos com facções para garantir votos em troca de paz ou benefícios em comunidades dominadas pelo crime. Exemplos Notórios: Marcelo Freixo (PSOL-RJ): Foi barrado de campanhas em áreas dominadas por milícias; Bolsonaro (2018): Teve seu material de campanha proibido em áreas do Comando Vermelho, que apoiavam adversários.

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