Terrorismo: Definição e Aplicação por Grupos Insurgentes e Estados: O terrorismo é tradicionalmente definido como o uso sistemático de violência, medo e coerção para alcançar objetivos políticos, ideológicos ou sociais. Enquanto grupos insurgentes e organizações criminosas adotam táticas terroristas para desestabilizar governos e impor seu poder, Estados também podem empregar métodos análogos sob o pretexto de "segurança nacional", usando o terror como ferramenta de controle social; Táticas Terroristas em Grupos Insurgentes e Facções Criminosas: Grupos como o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP) no Rio de Janeiro operam em um limbo entre o crime organizado e a insurgência, utilizando métodos de guerrilha urbana combinados com táticas terroristas. Entre elas: Ataques a alvos simbólicos: Incêndios a ônibus, tiroteios em áreas públicas e ataques a delegacias visam gerar caos e demonstrar força perante o Estado e a população. Controle territorial via intimidação: Execuções sumárias, toques de recolher e domínio de comunidades criam um clima de medo, assegurando obediência forçada. Guerra psicológica e desinformação: Uso de redes sociais e rádios comunitárias para disseminar propaganda, ameaças e manipular a percepção pública. Essas facções, embora não tenham um discurso ideológico formal como grupos terroristas clássicos (ex: Al-Qaeda, ISIS), utilizam o terror como meio de pressão política, exigindo concessões do Estado ou a liberação de líderes presos. Terrorismo de Estado: O Uso do Medo como Ferramenta de Controle Enquanto grupos criminosos usam o terror para desafiar a ordem, governos podem aplicar métodos similares para mantê-la, sob a justificativa de combate ao crime ou proteção da soberania. O terrorismo de Estado se manifesta através de: Violência institucionalizada: Operações policiais com prisões arbitrárias e injustas, execuções extrajudiciais e grupos armados não estatais agindo com aval tácito do poder público. Criminalização de movimentos sociais: Perseguição a opositores, ativistas e jornalistas, enquadrados como "ameaças à segurança nacional". Guerra de informação e controle midiático: Distribuição de verbas públicas para mídias alinhadas, criação de narrativas que justifiquem repressão e manipulação da opinião pública para legitimar medidas autoritárias. Assim como facções criminosas usam o medo para dominar territórios, governos criam e exploram crises para vender suas próprias soluções, muitas vezes ampliando poderes de vigilância e repressão. Conclusão: O Paralelo entre o Terrorismo Insurgente e o Estatal Tanto grupos como o CV e o TCP quanto governos autoritários operam em uma lógica de terror, onde o medo é a moeda de controle. Enquanto um lado busca desafiar o monopólio estatal da violência, o outro o reforça, usando a mesma linguagem de coerção e dominação. A diferença crucial está na legitimidade institucional, mas os métodos, em essência, espelham-se: o terror como instrumento de poder. A discussão sobre terrorismo, portanto, não pode se limitar a grupos armados não-estatais ela deve incluir a análise de como Estados também instrumentalizam o medo para manter controle, muitas vezes sob o disfarce da lei e da ordem.