Como facções usam Terrorismo, Propaganda e Guerra Informacional

Publicado em 01/04/2025 14:43

Nos últimos anos, esses grupos têm adotado estratégias de terrorismo, propaganda e guerra informacional, ampliando suas operações para além dos limites físicos de suas favelas e estendendo suas influências nas redes sociais e na narrativa pública. Em um cenário de crescente polarização entre torcedores de facções, criminosos faccionados e grupos políticos, as facções criminosas passaram a manipular informações, espalhar fake news e culpar seus rivais por crimes que elas mesmas cometem, criando uma guerra informacional que se entrelaça com a violência real nas ruas da cidade. Utilizando-se das redes sociais e de grupos de WhatsApp, essas organizações criminosas têm espalhado boatos, vídeos manipulados, áudios forjados e informações falsas, visando desacreditar seus rivais, ganhar apoio popular, e especialmente, tirar criminosos estratégicos do alvo da midia, para que possam ter tranquilidade nas comunidades que controlam. A principal tática adotada por essas facções é o uso de fake news. Mensagens falsas, muitas vezes com o objetivo de incitar o pânico ou criar uma narrativa favorável à facção, são disseminadas em larga escala. Em alguns casos, essas informações falsas incluem vídeos de crimes cometidos pelas facções, mas com a versão manipulada para que culpem outros grupos, muitas vezes seus principais concorrentes, como o caso de criminosos do Comando Vermelho que mataram o policial da core, no último domingo dia 30 de março e forjaram áudios e informações para incriminar o miliciano NAVAL pelos crimes cometidos pelo CV. Além disso, é comum que as facções usem essas táticas para forjar alianças com a população local, fazendo com que ela se sinta protegida por eles, enquanto, na verdade, está sendo manipulada e cooptada por criminosos que vão utilizar estes moradores como escudo. Em territórios controlados por estas facções criminosas também se utilizam do terrorismo como uma ferramenta de controle, seja da narrativa ou do sistema judiciário paralelo, os famosos tribunais do crime. No Rio de Janeiro, as estratégias terroristas não são apenas físicas, mas também psicológicas. O simples ato de espalhar uma mensagem com informações falsas, como a de que um rival está cometendo crimes específicos, já é uma forma de manter o medo e o caos controlados e direcionados para grupos rivais tentando moldar a opinião pública e influenciar no trabalho investigativo, minando completamente o poder judiciário e destruindo o estado democrático de direito. Além disso, elas organizam "ações de repressão" que visam atingir quem ousa desafiar os mandamentos impostos pelas autoridades criminosas que usam do terror como meio meio de coerção, muitas vezes com a acusação de ser traidor ou informante, aplicando a "lei" do crime (Terrorismo/Tortura) Por outro lado, a propaganda usada por essas facções tem um papel importante para a manutenção de seu poder. Muitas vezes, grupos criminosos promovem uma imagem de "heróis" que lutam contra um sistema opressor, contra facções tirânicas e policiais supostamente corrupto, usando símbolos e slogans para cativar a população, especialmente em áreas controladas por estas organizações criminosas. A criação de narrativas próprias e a disseminação de discursos de resistência e justiça são componentes centrais dessa propaganda. No entanto, essas mesmas facções também disseminam mentiras sobre seus rivais, visando enfraquecer sua imagem e, por conseguinte, desestabilizar suas bases de apoio. A guerra informacional promovida pelas facções tem um impacto profundo nas comunidades onde essas organizações atuam. Além do medo constante gerado pelas imposições e coerções/terror/tortura e fake news disseminadas através de mensagens manipuladas, a população se vê constantemente dividida, sem saber em quem confiar... O terror psicológico instalado pelas fake news e pela propaganda, alimentado por ações violentas reais, faz com que muitos moradores se sintam encurralados, sem escolha senão apoiar um dos lados, mesmo que isso signifique colaborar com práticas criminosas. Outro efeito devastador dessa guerra informacional é a destruição da legitimidade das autoridades públicas. Em muitos casos, a manipulação da opinião pública pelas facções resulta na desconfiança generalizada nas instituições do Estado, como a polícia e o sistema Justiça democratico. A falsa narrativa de que as forças de segurança são corruptas ou estão a serviço de facções rivais, como alianças da PM com outras orgs criminosas contribui para aumentar a sensação de impotência na população e fortalecer a narrativa das facções, que se apresentam como a única alternativa de "ordem" em um sistema em que a verdade é manipulada ao gosto dos criminosos. Muitas vezes, as redes sociais se tornam um campo fértil para a circulação dessas informações manipuladas, criando um ciclo vicioso de desinformação que enfraquece o debate público e confunde ainda mais a população. Embora a mídia tenha um papel crucial na verificação de fatos e na conscientização da população, ela também se vê diante do desafio de lidar com a complexidade dessa guerra informacional, que mistura realidade e ficção de maneira complexa para que leigos e/ou torcedores compreendam de fato o tamanho do problema... A sociedade, por sua vez, precisa estar ciente de que, em tempos de guerra informacional, a primeira vítima da guerra é a verdade e não basta apenas buscar a verdade em fontes confiáveis, mas também fortalecer a educação e o empoderamento digital, desmentindo as narrativas, contribuindo para a conscientização da população, especialmente nas áreas controladas por criminosos que usam de técnicas de terrorismo e manipulação informacional sobre os riscos das fake news e das manipulações, sendo um passo fundamental para a conscientização de moradores reféns de uma narrativa dominante perpetuada por criminosos, onde qualquer um que tente "peitar" a narrativa imposta pela facção é morto e/ou torturado publicamente para servir de exemplo para que outros não tentem falar a verdade que a facção tenta esconder... A guerra informacional travada pelas facções criminosas no Rio de Janeiro é uma realidade complexa que combina estratégias de terrorismo, propaganda e desinformação. As facções utilizam essas táticas não apenas para controlar territórios, mas também para criar um ambiente de medo, confusão e manipulação. A população, muitas vezes vítima dessa guerra invisível, precisa urgentemente de apoio para compreender e combater as fake news e as narrativas falsas que são disseminadas para perpetuar o domínio das facções. O Rio de Janeiro, como muitas outras partes do Brasil, enfrenta não apenas a violência física, mas uma guerra psicológica, física, política e informacional...

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